Páginas

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Estagiária acusa escola de São Paulo de racismo

Além de exigir indenização por danos morais, a estagiária Ester Cesário, de 19 anos, que afirma ter sofrido discriminação no Colégio Internacional Anhembi Morumbi, na zona sul de São Paulo, quer que a escola crie um comitê sobre diversidade e reveja o ensino da história negra e cultura afro. A estagiária, que é negra, já registrou ocorrência de discriminação racial e estuda entrar com dois processos na Justiça, na esfera cível e trabalhista.

"As ações possíveis têm como fundamento a discriminação racial e assédio moral. Mas esperamos resolver com o colégio no caminho do diálogo", afirma o advogado Cleyton Borges, que a defende. O defensor disse que ainda não há definição do valor da indenização. "Qual o preço do abalo psicológico? Dos danos sofridos contra a honra, a dignidade e a liberdade enquanto mulher negra? Tem ainda o aspecto profissional. Por isso, ainda é cedo para definir a questão do dano."


Ester começou a trabalhar no colégio no início de novembro como estagiária de marketing - a jovem cursa Pedagogia. Ela conta que, no primeiro dia de trabalho a diretora da escola teria reclamado dos seus cabelos. "Como você pode representar nosso colégio com esse cabelo crespo?", teria dito a diretora, segundo a jovem. A recomendação era para que Ester prendesse os cabelos e os alisasse. "Eu também já tive cabelo ruim igual ao seu e alisei", foi outra frase dita, conforme relatou Ester. Dias depois, ouviu outra queixa: de que deveria usar camisas mais longas para esconder os quadris.


Ester registrou a ocorrência no dia 24 e continuou a trabalhar até terça-feira - hoje, entretanto, ela faltou, porque afirma ter sido transferida do atendimento ao público para funções no arquivo da escola. O advogado esteve hoje na escola. De acordo com ele, a direção demonstrou "abertura e sensibilidade", mas não foi possível ter respostas às reivindicações.


Manifestação - A jovem procurou o movimento UNEafro Brasil, que milita pela causa negra. A organização marcou uma manifestação na frente da escola para a próxima terça-feira, às 14 horas. "O ocorrido no colégio é sintético do que ocorre em todo Brasil. A efetivação da lei que prevê a educação da cultura afro nas escolas combateria essa prática", disse o coordenador da UNEAfro, Douglas Belchior.


Em nota, o colégio negou que tenha havido racismo. "Lamentamos profundamente que as instruções sobre vestuário passadas à nossa estagiária de marketing - as quais foram elaboradas com base em critérios puramente utilitários - tenham sido interpretadas de forma equivocada", cita o texto. O colégio ressaltou que adota práticas de inclusão e que está contratando uma consultoria para reconstruir o clima interno com a estagiária. Também negou ter transferido a jovem de função.

Fonte: Diário do Nordeste

Projeto sobre homofobia adiado

Militantes pró e contra o projeto que tramita há 12 anos no Congresso assistiram à reunião

São Paulo. Com o auditório lotado de militantes gays e evangélicos, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado adiou mais uma vez a votação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122, que criminaliza atos de homofobia. Após quase três horas de debates, a reunião foi encerrada em meio aos gritos de guerra de ambas as frentes.

Lideranças evangélicas puxaram um "Glória, glória, aleluia", dando ares de culto à reunião, enquanto gays e simpatizantes, em minoria, rebatiam: "Nossa luta é todo dia, contra o racismo e a homofobia". A relatora, senadora Marta Suplicy (PT-SP), pediu novo adiamento da votação, com receio de uma derrota que levaria ao arquivamento do projeto, que já tramita há 12 anos no Congresso.

Avanços
Pelos cálculos da petista, se o seu substitutivo fosse votado ontem o placar final seria de 7 x 7, sem nenhuma margem de segurança. Apesar do novo adiamento, senadores enxergaram avanços na discussão. "O debate foi mais tranquilo que das outras vezes", assinalou Marta.

Na saída, o senador Magno Malta (PR-ES) - a voz mais enfática contra o projeto - cumprimentou o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis), Toni Reis, e demonstrou disposição para o diálogo. "Disse a ele que queremos respeito e conviver em paz, ele respondeu que quer o mesmo", relatou Reis.

Segmentos do movimento gay celebraram o adiamento, porque se opunham à votação do substitutivo de Marta, por considerar que ela recuou em questões fundamentais. "O discurso abrandou, é importante que o Estado não se exima. Não querem dar educação nem punição, nenhuma parcela está tão desprotegida como nós", protestou Luiza Habib, da Associação de Pais e Mães de LGBT.

Apesar do racha no movimento, o presidente da ABGLT, Toni Reis, acha que o substitutivo de Marta é o texto possível. "É melhor do que nada para quem só tem um deserto". Para Reis, o maior retrocesso em relação ao texto original é a não equiparação do crime de racismo à homofobia: "Não podemos hierarquizar a discriminação", salienta.

Voz contrária
Durante o debate, Magno Malta - aplaudido por fiéis da Assembleia de Deus - polemizou ao afirmar que "não se pode comparar raça com quem fez uma opção sexual" e que "a nação não é homofóbica".

Os gays reivindicam a equiparação dos atos de homofobia ao crime de racismo, que constava do texto original aprovado na Câmara. "A homossexualidade não é uma opção", rebateu Marta. "Se eu acho que posso curar alguém, isso virou doença. Sem essa compreensão é complicado que tenhamos um avanço", alertou. Ela também ressaltou que o Brasil vive um surto de homofobia, em que os gays são agredidos frequentemente nas ruas. "Nunca vi alguém esfaquear uma pessoa porque é deficiente, isso é raro", afirmou.

O senador Magno Malta havia alegado antes que "portadores da síndrome de Down" também sofrem discriminação e, nem por isso, há uma lei específica que os proteja.

Fonte: Diário do Nordeste

Salvador discute acessibilidade para pessoas com deficiência na Copa

Em Salvador, a Fonte Nova está em obras para receber a Copa de 2014

Debater a acessibilidade com foco nas pessoas com deficiência na Copa do Mundo no Brasil em 2014. Esse é um dos assuntos do III Fórum Copa Brasil 2014 que serão discutidos em Salvador na próxima segunda-feira, às 8h (de Brasília). O evento ocorrerá no Gran Hotel Stella Maris e contará com a presença do ex-músico do Rappa, Marcelo Yuka, que ficou paraplégico após ser baleado em um assalto.
 
Notabilizado como um dos principais compositores dos anos 90, ele falava em suas canções sobre a sociedade, política e injustiças sociais. Yuka irá discutir ações que precisam ser tomadas visando à garantia do espaço dos deficientes durante o Mundial no Brasil.
 
O Fórum também será uma oportunidade para que os participantes conheçam possíveis ações para a Copa do Brasil, baseadas no modelo de preparação das Olimpíadas de 2012. A palestra será ministrada pelo ex-ministro do Reino Unido, Richard Carbon, que atuou no processo da candidatura de Londres aos Jogos Olímpicos do próximo ano.
 
O evento também terá palestra sobre cobertura de megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, no painel Relação com TV e Imprensa em Grandes Eventos Internacionais.

Fonte: Portal Terra

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Quadrinhos: DC Comics traz novo super herói gay, latino, católico e feliz


Estreou na semana passada nos EUA, no terceiro volume do relançamento da série Teen Titans, da DC Comics, o personagem Bunker, antes conhecido como The Wall. Descolado, feliz e assumido, Bunker criou controvérsias por seu estilo colorido e sem dramas. Miguel Jose Barragan gosta de seus poderes, de sua vida de adolescente e gay. O personagem é católico, mexicano e sua roupa de herói é rosa e roxa. A família dá o maior apoio ao rapaz, fez até festa quando ele descobriu seus super poderes! Se assim como os gays, os donos de super poderes, ou mutantes, sofriam preconceito em casa e precisavam se fechar no armário, o novo herói inaugurou um novo horizonte para a ficção.

Segundo o desenhista Brett Booth, o personagem veio mesmo para dar uma nova visão sobre as diferenças: “Eu diria que o motivo pelo qual Bunker abraça tudo é o fato de ele curtir tudo na vida. Ele de certa forma, acha que não vemos muitos personagens que curtem seus poderes de forma como eu e você curtimos. Acho ótimo ver o drama dos personagens que carregam o fardo daquilo que separa eles da sociedade, mas há também a idéia de que muita gente simplesmente curte e comemora cada dia que os faz diferentes, ao invés de ter medo, angústia ou remorso”.

Fonte: Revista Lado A

Fogo amigo: novo PLC 122 gera onda de protestos dentro da comunidade gay

“Não é o projeto ideal, mas também não temos a força ideal”, resumiu Toni Reis, presidente da ABGLT para a Lado A, por telefone, sobre o substitutivo do Projeto de Lei 122/2006 que criminaliza a homofobia no Brasil e que deve ir à votação nesta quinta-feira na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O projeto, retirado do arquivamento pela senadora Marta Suplicy no início do ano, recebeu nova redação e vem causando um mal estar em quase toda a militância. O projeto original pedia a inclusão dos termos orientação sexual, sexo, identidade de gênero, gênero, idosos e deficientes na Lei do Racismo, que já proíbe a discriminação por raça, cor, credo ou origem. A proposta foi trocada por novo texto, por Marta, que assumiu sua relatoria, mas agora grupos acusam que houve ausência de debate com a base, o que incendiou as discussões.

O substitutivo da senadora Marta quer tipificar a homofobia em crimes já existentes como o de injúria, formação de quadrilha, entre outros, além de atuar com mais rigor no mercado de trabalho e prestação de serviços, mas deixa de fora a agressão verbal ou o preconceito verbal. Com isso, gays continuariam sem uma lei específica. A lei também não garante explicitamente que casais gays tenham os mesmos direitos de manifestar afeto do que os casais heterossexuais. Os casos de agressão homofóbica, verbal ou física sem sequelas, continuariam a ser crimes leves, pois o motivo seria considerado como agravante. Apesar da proposta de Marta ter sido escrita em um acordo com as alas evangélicas, com a promessa de que apoiariam o novo texto, o apoio prometido não veio. Marta agora recebe a ingratidão por parte dos aliados, que criticam o seu processo de decisão do novo texto. A senadora se defende afirmando que antes o projeto tinha apenas cinco votos e que agora tem a possibilidade de ser aprovado.

Nesta segunda-feira, após perceber com atraso a insatisfação do público com a nova redação do PLC 122, o Deputado Federal Jean Wyllys prometeu convocar uma reunião extraordinária da Frente Parlamentar LGBT já nesta terça-feira, para decidir se irão apoiar o novo projeto ou não. Segundo ele, foi prometido que a frente seria consultada antes da elaboração final do substitutivo e que as reivindicações de pelo menos três deputados da Frente não foram consideradas. Entre algumas afirmações, o deputado chamou o novo texto de inócuo e de fingimento político. Ele prometeu alterar a redação se o mesmo for aprovado no Senado e chegar à Câmara.

Militantes gays em desacordo com o novo projeto de lei cobram uma posição oficial da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Na internet, grupos se organizam para protestar contra a nova redação e empunham a campanha #plc122deverdade. Até a família de Alexandre Ivo, menino morto em 2010 pela homofobia e que empresta o nome à lei, já foi colocada na discussão. Toni Reis, que participou de reuniões para a elaboração da proposta, acredita que é preciso calma e afirma que há muitos erros de comunicação. Para ele, toda a discussão ocorrida por conta do projeto de Marta é benéfica, pois o debate está sendo fortalecido.

De fato, parte da confusão é causada por briga política, outra por falta de articulação e por uma ansiedade demasiada. O projeto esta sendo discutido e está andando, o que já pode ser considerado como uma vitória, se tratando do Brasil. Porém, as vítimas da homofobia tem pressa, e a cada dia morrem mais LGBTs por causa da ausência de uma lei que criminalize a homofobia, o que o novo projeto de lei faz, mas se emparrelhando a leis que não funcionam. Mas no caso de homicídios ou tentativas, a proposta aumenta a pena em 1/3, pois atua como agravante. O ideal, sem dúvidas, seria ocupar a mesma importância da Lei do Racismo, que teve efeito prático comprovado. Além de tudo, colocar o preconceito contra homossexuais abaixo da Lei de Racismo em sua importância nominal, parece inoportuno e preconceituoso.

Fonte: Revista Lado A

Violência contra idosos lidera denúncias


Mais da metade das ligações feitas ao disque 100, instrumento utilizado para denúncias de crimes contra os direitos humanos, são relacionadas a maus-tratos de idosos. Em todo o Brasil, isso representa 30.082 casos, entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados da Secretaria de Direito Humanos.

A fim de discutir mecanismos eficazes no combate a esses crimes, foi realizada ontem, em Belém, uma audiência pública com representantes do Conselho Estadual do Idoso, da Secretaria de Estado de Assistência Social, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Secretaria Municipal de Saúde, entre outros.

Segundo o promotor Waldir Macieira, que mediou as conversas, existem três principais demandas no combate aos crimes contra idosos no Pará. “Precisamos definir as atribuição de cada órgão no que diz respeito ao fluxo de denúncias que temos recebido, para montarmos então um centro integrado que seja referência na causa e, por fim, garantir o bom funcionamento das notificações compulsórias, implantadas em julho”.

Atualmente, Belém conta com dois centros de referência especializados em assistência social que atendem pessoas da terceira idade, um no bairro do Marco e outro no Comércio. “Fazemos o acompanhamento psicossocial, encaminhando a unidades de saúde quando preciso, mas não temos o poder de realizar investigações mais a fundo das denúncias e isso é algo que queremos solucionar”, disse Consuelo Couto, da Fundação Papa João XXIII (Funpapa).

UNIÃO

Com o mesmo entendimento, Maísa Gomes, representante da Sesma, afirmou que só a união de instituições e poder público será capaz de mudar a situação atual. “Somente este ano, nos dois Hospitais de Atendimento Pronto-Socorro em Belém, registramos 14 casos de violência contra idosos”, citou. Apesar de o número parecer pequeno, ela ratifica que é expressivo por se tratar de uma situação que envolve muitos fatores externos.

“Além da omissão do próprio idoso, há a pressão dos familiares, que utilizam a renda do aposentado como sustento da casa. O mais comum são casos de maus-tratos e negligências”, conta. Por isso, o investimento nos profissionais para que consigam detectar possíveis casos camuflados, abordando e orientando de forma correta as vítimas.

Macieira lembrou que é considerado crime contra o idoso quaisquer maus-tratos ou discriminação. “Fora a legislação prevista no Estatuto do Idoso, todos os demais crimes enquadrados no Código Penal têm agravamento de 1/3 da pena caso sejam cometidos contra pessoas acima de 60 anos”, ratifica.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Rede Globo produz comercial contra homofobia

A Rede Globo vai transmitir ainda no mês de dezembro um comercial produzido em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e com a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura) para combater a homofobia.

O comercial ficará no ar durante 15 dias e terá 30 segundo. O slogan diz que “discriminar homossexuais é crime. Cidadania, a gente vê por aqui”. Apesar da parceria assistida e aprovada pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pela Secretaria de Comunicação da Presidência a campanha publicitária não recebeu dinheiro público e foi financiada pela própria Globo.

Mas o governo federal pretende lançar em 2012, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SDH) uma campanha própria, custeada com dinheiro público, para impedir os crimes contra homossexuais.

Sobre o comercial da Globo, ativistas gays protestaram o fato do spot comercial reforçar o estereótipos da  homossexualidade ao mostrar um homem branco, musculoso e de classe-média. Fora isso, eles consideraram o comercial importante para impedir que novos ataques contra gays aconteçam.

Fonte: Notícias Gospel

domingo, 4 de dezembro de 2011

Preconceito? New York Times diz que Raquel Zimmermann não lembra o Brasil por ser loira


“Com seus cabelos loiros e seus olhos azuis, Raquel Zimmermann não lembra o Brasil para a maioria das pessoas”. É com essa frase que pode até ser considerada um tanto quanto preconceituosa que começa o artigo da "T Magazine", revista de estilo do New York Times, sobre a modelo brasileira.

"Bom Retiro do Sul é uma pequena cidade no sul do país onde se estabeleceram imigrantes alemães desde 1800. A cidade de Zimmermann não é muito longe da de Gisele Bündchen. É fácil imaginar que elas dividem um patrimônio genético similar.", diz a publicação tentando justificar seu espanto com o fato da brasileira ter características tão “europeias”.

O editorial fotografado em Fernando de Noronha traz uma entrevista com a gaúcha de Bom Retiro do Sul e uma matéria sobre a mesma. Entre várias informações, a matéria diz que a modelo "não foi criada mergulhada no samba e na água de coco", mesmo ela declarando na entrevista concedida à publicação que "cresceu dançando samba e ritmos latinos".

Zimmermann, de 28 anos, fala na entrevista sobre comida (destaque para o amor da modelo por moqueca!), sua vida no Brooklin, meio ambiente, música e carreira: “Se não fosse modelo seria uma estudante viajando pelo mundo", disse.

Leia a entrevista e a matéria completa aqui

Portadores da Aids ainda lutam contra preconceito

João Lima (nome fictício) descobriu que vive com HIV há seis meses, mas como o próprio parêntese ao lado de seu nome faz referência, o receio de que a revelação atrapalhe seu trabalho, que é diretamente relacionado com o público, faz com que ele não divulgue sua identidade. Independente dos avanços com relação ao tratamento e formas de prevenção ao vírus da Aids, a síndrome sofre com um estigma social que é histórico e ainda atual. Prova disso, os direitos ao trabalho, ao tratamento de saúde e à vida, inerentes a qualquer pessoa, precisaram ser reforçados no ‘papel’ quando dizem respeito às pessoas que vivem com HIV.

Desde a descoberta da Aids, há 30 anos, até os dias atuais, muitas foram as conquistas dos portadoras do vírus HIV, êxito encabeçado, muitas vezes, por ativistas de ONGs que lutam pela quebra do preconceito. O trabalho direto da advogada Cristina Carvalho com a legislação específica às pessoas soropositivas foi iniciado quando prestava assessoria jurídica ao Grupo de Apoio à Prevenção à Aids do Pará (Gapa), uma das primeiras ONGs a trabalhar com a temática no Pará.

Segundo a advogada, a forma como as pessoas ainda veem a doença é um agravante que ocasiona o não cumprimento dos direitos determinados em lei. Através do trabalho que realiza atualmente como presidente da comissão de saúde da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), ela acredita que, apesar de alguns avanços, o preconceito ainda é cristalizado na sociedade.

“Eu trabalho com isso há mais de 20 anos e o que se percebe é que a Aids ainda carrega um estigma muito pesado na questão da moralidade”, afirma. “Cristalizou-se que o HIV é afeito aos homossexuais e às prostitutas e, ainda hoje, esse discurso é muito comum. Essas visões equivocadas fazem com que não se possa mais viver sem a garantia desses direitos que foram conquistados com muita luta”.

Segundo Cristina, as áreas que mais sofrem com o não cumprimento das leis são complementares. No topo do descumprimento, estão as questões trabalhistas e previdenciárias. “Se você vai procurar um emprego e a pessoa pede o teste do HIV como parte do exame admissional, você está diante de um preconceito, até porque é proibido por lei fazer isso”.

No que diz respeito às relações de trabalho, as pessoas que vivem com HIV/Aids têm o direito de manter em sigilo a sua condição sorológica no ambiente de trabalho, sendo proibida a exigência do teste de sorologia em exames adimissionais, periódicos ou demissionais. Segundo a legislação, uma pessoa só pode ser obrigada a realizar o teste em casos de doação de sangue, órgãos ou esperma.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Projeto em São Paulo ensina balé a cegos

Depois de perder a visão aos 9 anos de idade, Geyza Pereira nunca pensou que fosse poder realizar o sonho de ser bailarina. Hoje, aos 25 anos, ela é dançarina profissional e professora de balé clássico da Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini.
 
Para ela, a realização do sonho começou ao conhecer a professora Fernanda Bianchini, fundadora da escola. Bianchini começou a ensinar dança para cegos em 1995 e desenvolveu uma técnica que permite que as crianças toquem suas pernas e braços para aprender os movimentos.
 
Como Geyza Pereira, a maioria das primeira alunas de Bianchini já passou dos 20 anos. Hoje uma nova geração estuda com elas. Nos seus 16 anos de existência, a escola, que se sustenta com patrocínios e doações, já formou 300 dançarinas.
 
Fernanda Bianchini também fundou uma companhia de dança com suas melhores alunas e sonha em vê-las atuando no exterior.

Fonte: Portal Terra